Contas públicas têm superávit primário de R$ 4,3 bilhões

O resultado positivo das contas públicas, em março, deve-se ao superávit obtido nos governos estaduais e municipais
18 de maio de 2022

As contas públicas no Brasil registraram superávit em termos nominais, permitindo ao governo federal elevar seus gastos, algo importante para quem se encontra no poder em um ano eleitoral. E vale ressaltar que, mesmo com o quadro fiscal positivo, a inflação continua em maior nível no Brasil.

Em março de 2022, as contas públicas do país um superávit primário de R$ 4,3 bilhões. O superávit primário acontece quando as receitas com impostos superam as despesas, desconsiderando os juros da dívida pública. Quando acontece o contrário, o resultado é de déficit primário.

Os R$ 4,3 bilhões ficaram abaixo do valor registrado no mesmo período do ano anterior, que foi de R$ 5 bilhões. O resultado foi consequência de um déficit primário de R$ 7,8 bilhões do governo central, enquanto os estados apresentaram superávit de R$ 11,9 bilhões e os municípios de R$ 242 milhões, conforme dados do Banco Central divulgados na segunda-feira (16).

No acumulado em 12 meses, o Brasil alcançou R$ 122 bilhões de superávit primário e déficit de R$ 281 bilhões no resultado nominal, equivalente a 1,37% do PIB e de (-) 3,15% do PIB, respectivamente. Esse número é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco para a definição da nota de crédito dos países, indicador levado em consideração por investidores.

Contas públicas: inflação aumenta a arrecadação ao mesmo tempo em que reduz o valor real do PIB

“O resultado positivo em março passado deve-se ao superávit obtido nos governos estaduais e municipais, uma vez que o governo central opera no momento em déficit, mesmo com um resultado positivo do governo federal. Ainda assim, o quadro fiscal continua sólido, o que não se reverteu em menos inflação e maior nível de atividade econômica”, explica o economista do ICL André Campedelli no boletim diário Economia para Todos Investidor Mestre.

A dívida líquida do setor público voltou a subir no mês de março e atingiu 58,2% do PIB. Novamente o maior responsável pelo aumento foi o Banco Central, que teve redução em seu superávit, saindo de 2,8% do PIB para agora 1,3% do PIB.

Enquanto isso, a dívida do governo federal se manteve constante, em 49,9% do PIB, a dos governos estaduais teve leve queda de 0,3 pontos percentuais, chegando a 8,4%, e os governos municipais tiveram queda de 0,1 ponto percentual no mês de março e atingiram 0,6% do PIB. As empresas estatais mantiveram seu nível de dívida, ainda em 0,5% do PIB.

A dívida pública bruta vem declinando desde meados do ano anterior, resultado da elevação inflacionária, que aumenta a arrecadação ao mesmo tempo em que reduz o valor real do PIB. A dívida pública está estimada em R$ 7 trilhões, ou o correspondente a 78,5% do PIB.

Redação ICL Economia

Com informações das agências de notícias e do boletim diário “Economia para Todos”

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