Planejamento e Fazenda anunciam bloqueio de R$ 1,7 bilhão em investimentos para cumprir regra do teto de gastos

Ministérios do Planejamento e Orçamento e da Fazenda anunciaram ontem (22) a necessidade de bloquear os recursos para atender à regra fiscal, que ainda está em vigor, nas chamadas despesas discricionárias do Orçamento deste ano
23 de maio de 2023

Com o teto de gastos ainda em vigor, os ministérios do Planejamento e Orçamento e da Fazenda anunciaram na segunda-feira (22) a necessidade de bloquear R$ 1,7 bilhão nas chamadas despesas discricionárias do Orçamento deste ano. As despesas envolvem investimentos e custeio da máquina pública. O detalhamento de quais ministérios serão atingidos pelo bloqueio será divulgado até o fim deste mês.

Em vigor desde 2017, o teto estabelece um limite para o aumento de gastos do governo federal para os 20 anos seguintes. A regra atual estabele que o aumento desses gastos fica limitado à inflação do período anterior (últimos 12 meses).

Dessa forma, o governo federal fica impedido de criar um Orçamento para a União maior do que o ano anterior – ele pode apenas corrigir os valores de acordo com a inflação.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) preparou um projeto instituindo uma regra para substituir o teto de gastos. O projeto do novo arcabouço fiscal será discutido, nesta terça-feira (23), por lideranças da Câmara dos Deputados, para definir se a proposta será votada ainda hoje ou na sessão de amanhã (24), conforme anteriormente previsto.

Há ainda pontos divergentes sobre a proposta e o texto deve passar por ajustes para que não se dê a impressão de que a nova regra fiscal abre margem para o governo gastar mais.

Regra fiscal do teto de gastos é acionada quando há despesas obrigatórias que precisam ser pagas

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Crédito: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Segundo o governo, houve aumento na projeção de despesas obrigatórias para este ano. Como o próprio nome já diz, essas despesas precisam obrigatoriamente ser pagas.

“Aumento na projeção de despesas obrigatórias indica a necessidade de bloqueio em despesas discricionárias, em igual valor”, diz apresentação divulgada pela equipe econômica, segundo informou a reportagem do G1.

As despesas obrigatórias foram impactadas, principalmente, pelo reajuste do salário mínimo, que passou para R$ 1.320 em maio deste ano.

O piso salarial é o indexador de diversos benefícios, elevando junto despesas como seguro-desemprego, abono salarial e parte dos benefícios previdenciários.

Apesar da necessidade de bloqueio, o governo diz que o impacto no total das despesas discricionárias será de menos de 1%.

“O excesso representa 0,09% em relação ao limite total do teto de gastos (R$ 1.945,3 bilhões) e 0,87% em relação ao total de despesas discricionárias do Poder Executivo (R$ 193,9 bilhões)”, completam os ministérios no documento.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do G1

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