‘Prévia’ do PIB, IBC-Br avança 3,88% nos quatro primeiros meses do ano, mostrando que os fatos são melhores que o pessimismo do mercado financeiro com a economia

Em abril, indicador mostrou expansão de 0,56%, na comparação com março. Em relação a abril de 2022, crescimento foi de 3,31%. IBC-Br é usado pela BC para calcular a taxa básica de juros
16 de junho de 2023

Contrariando o persistente azedume no humor do mercado financeiro com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Banco Central divulgou nesta sexta-feira (16) o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica), considerado uma espécie de “prévia” do PIB (Produto Interno Bruto), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O indicador mostrou expansão de 0,56% em abril, na comparação com março, confirmando mais um dado positivo para a economia brasileira este ano.

O resultado foi calculado após ajuste sazonal, um tipo de “compensação” para comparar períodos diferentes.
O crescimento do indicador em abril aconteceu após uma retração de 0,14% em março deste ano.

O crescimento de abril de 2023, quando comparado ao mesmo mês do ano passado, aponta que o indicador cresceu 3,31%. Já no acumulado dos quatro primeiros meses deste ano, o IBC-Br avançou 3,88% e, em doze meses até abril, o indicador apresentou crescimento de 3,43%. Neste caso, o índice foi calculado sem ajuste sazonal.

Embora seja considerado a prévia do PIB, os dois indicadores consideram variáveis diferentes na forma de cálculo.

Para calcular o IBC-Br, o Banco Central utiliza estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos, mas não considera o lado da demanda, que é incorporado no cálculo do PIB do IBGE.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. Por sua vez, o IBC-Br do BC é um índice criado para tentar antecipar o resultado do PIB, embora nem sempre os dois mostrem proximidade.

No entanto, os dois têm mostrado um cenário mais positivo para a economia brasileira. O PIB do primeiro trimestre do ano, por exemplo, cresceu 1,9%, puxado principalmente pelo setor de agronegócio.

IBC-Br pode ser mais um indicador a pressionar o BC a cortar a taxa básica de juros

O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país, atualmente em 13,75% ao ano, o maior nível desde 2016.

Quando o IBGE divulgou o PIB do primeiro trimestre, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou que o resultado estava em linha com as projeções da equipe econômica, de crescimento de 2% para a economia neste ano.

Na ocasião, Haddad disse que o resultado era uma janela de oportunidades para o BC baixar a taxa Selic.  “Estamos há algum tempo dizendo que o crescimento deste ano vai bater 2%, confirmando a projeção da SPE [Secretaria de Política Econômica], mas devemos ter cautela porque o agro veio muito forte. Então temos de começar a pensar em 2024. Para manter a economia gerando emprego, a gente precisa ter cuidado com 2024 e ter clareza que temos oportunidade muito boa, de inflação caindo, juro futuro caindo, o que abre janela de oportunidade importante para a política monetária”, disse Haddad.

Mais pessimista, no último Boletim Focus do BC o mercado financeiro reviu o crescimento do PIB para cima: de 1% para 1,2%.

Para o próximo ano, a expectativa para o PIB é de crescimento de 1,38%. Em 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,7% e 1,8%, respectivamente.

No ano passado, a economia cresceu 2,9%, o que representa desaceleração em relação à expansão de 5% registrada no ano anterior.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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