Haddad se reúne com Pacheco e lideranças do Senado na 5ª feira para discutir trâmite do arcabouço fiscal

No Senado, o texto do novo arcabouço fiscal já recebeu 31 emendas na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Parte das sugestões deixa o texto mais rigoroso, enquanto outras propõem flexibilizar as regras do projeto
12 de junho de 2023

As negociações em torno do arcabouço fiscal estão no centro das atenções do governo federal nesta semana. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve se reunir na quinta-feira (15) com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e líderes partidários para discutir os trâmites da proposta.

No Senado, o texto do novo arcabouço fiscal já recebeu 31 emendas na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Parte das sugestões pretende deixar o texto mais rigoroso, enquanto outras propõem flexibilizar as regras do projeto.

O relator do PLP 93/2023 (projeto do arcabouço) na CAE, o senador Omar Aziz (PSD-AM), já havia antecipado que pode apresentar seu parecer já na quarta ou quinta-feira desta semana, mas com mudanças em relação ao que foi aprovado na Câmara. Se isso ocorrer, o texto pode voltar para apreciação dos deputados federais. Ele disse que pretende votar o texto no plenário do Senado entre 20 e 21 de junho.

Em entrevista ao jornal da CBN, da Rádio CBN, nesta segunda-feira (12), ele comentou que podem derrubar algumas emendas à proposta, a fim de não atrasar a tramitação do projeto. Os senadores querem tirar o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) e o Fundo Constitucional do Distrito Federal dos limites das regras da nova regra fiscal.

Isso pode fazer com que a proposta volte à Câmara dos Deputados, onde já foi aprovada em maio com apoio de 372 deputados, postergando o fim da tramitação da proposta e prejudicando a agenda da equipe econômica do governo federal.

Pacheco diz que pretende colocar arcabouço fiscal para votação ainda este mês

Em entrevista à TV Globo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que quer colocar o projeto do arcabouço fiscal em votação ainda este mês.

“Queremos permitir ao ministro [Fernando Haddad] a exposição dos pontos importantes do projeto [na reunião de líderes]. Esperamos apreciar o projeto ainda em junho”, afirmou Pacheco.

No encontro com o presidente e as lideranças do Senado, Haddad deve pedir apoio ao projeto e que a espinha dorsal da proposta seja preservada, sem modificações que prejudicariam a essência da proposta.

Além do Fundeb e do Fundo Constitucional do DF, os senadores propõem deixar o piso salarial da enfermagem, aprovado no fim do ano passado, fora das regras fiscais.

Sobre o Fundo Constitucional do DF, Omar Aziz afirmou que “não tem intenção de prejudicar nenhum estado”.

O PP apresentou 14 sugestões e lidera a lista de emendas apresentadas ao texto até o momento. Metade das emendas protocoladas pelo partido é de autoria da senadora Teresa Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura do governo Bolsonaro, e a outra metade do senador Ciro Nogueira (PP-PI).

As sugestões buscam endurecer o texto vindo da Câmara, ao propor, por exemplo, reduzir os limites de crescimento do gasto público, atrelando-o à trajetória da dívida (quanto maior o endividamento em relação ao PIB, menor seria o espaço para gasto e vice-versa); e suprimir o artigo 15, que abre espaço para gastos extras em 2024.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do G1

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